29 de setembro de 2009

Poe-minhas



Com um poema visual  começo

retomando o grandissí-ssi-mo Arnaldo Antunes

Agora vamos de Mario Quintana, de Velório sem Defunto. Ed. Globo.

Crenças

Seu Glicínio porteiro acredita que rato, depois de velho, vira morcego

-É uma crença que ele traz da sua infância

Não o desiludas com o teu vão saber,

Respeita-lhe os queridos enganos:

Nunca se deve tirar o brinquedo de uma criança

-Tenha ela oito ou oitenta anos!

Baudelaire

Baudelaire, fervoroso adepto e puxa-saco de satã,

Meu Deus! era demais até...

Mas Deus esperou pacientemente que ele morresse

E, para vingar-se dele de uma vez por todas,

O mandou para o Reino dos Céus!

Da imparcialidade

O homem - eternamente escravo de suas paixões pessoais -

É absolutamente incapaz de imparcialidade

Só Deus é imparcial

Só Ele é que pode, por exemplo,

Abençoar, ao mesmo tempo, 

As bandeiras de dois exércitos inimigos que vão entrar em luta...