28 de março de 2008

Japoneses no Brasil

A Exposição Um Círculo de Ligações: Foujita no Brasil, Kaminagai e o jovem Mori, apresenta a relação entre esses três artistas e os seus contatos, relacionamentos com o nosso país e possíveis influências.

Tsuguharu Foujita (1886-1967)
. Nasceu em Tokyo, onde estudou artes, mas logo depois de se formar mudou-se para Paris, onde conheceu e fez parte da roda de outros artistas como Picasso, Matisse, Modigliani.

Mesclando técnicas, utilizando tinta a óleo (das pinturas francesas) com os pincéis e o estilo das pinturas japonesas ganhou fama e reconhecimento sendo apreciado especialmente por pintar belas mulheres e gatos.

Visitou o Brasil em fins de 1931 por quatro meses, durante um tour pela America Latina, onde fez contato com artistas do modernismo brasileiro, principalmente Candido Portinari.

Tadashi Kaminagai (1899-1982). Nasce em Hiroshima, e depois de desistir de se tornar um monge budista, decide estudar artes em Paris.

Chegando na cidade, trabalha numa restauradora de objetos artísticos e nas horas vagas dedicava-se a pintura. Ganha notoriedade primeiro como moldureiro, desenvolvendo uma técnica peculiar de pátina, que chama a atenção de Ambroise Vollard, famoso merchant e colecionador de artes. Vollard requisita o seu trabalho para emoldurar pinturas de artistas como de Eduard Manet, Paul Cézanne e Vincent Van Gogh, tornando-o famoso.

Voltou para o Japão, mas o país pós-guerra oferecia poucas oportunidades, o que o leva a tentar uma vida no Brasil em 1940. Através de uma carta de recomendações, Foujita apresenta-lhe a Portinari. Este introduz-lhe a diversos artistas, entre eles Massami Tanaka, que pede a Kaminagai que ensine pintura a seu filho Flavio Shiró Tanaka.

Instala-se primeiro no bairro de Santa Teresa (RJ), local de grande agitação artística, onde abriu o seu primeiro ateliê-oficina. Lá faz molduras e leciona pintura para artistas brasileiros e nipo-brasilieros. E participa do Grupo Seibi com outros artistas como Tomie Ohtake e Manabu Mabe.

Mora no Brasil durante 14 anos, retratando paisagens de diversas cidades, mas dá uma atenção especial ao Rio de Janeiro. Volta para o Japão onde casa-se e abre mais um ateliê. Constantemente viaja para a França, onde inaugura o seu terceiro ateliê , mantendo os três em atividade até sua morte.

Jorge Mori (1932). Nasceu em São Paulo e artista precoce inicia em 1944 estudos de pintura a óleo com Yoshya Takaoka.

A exposição apresenta desde sua primeira pintura, Ponte Velha do Rio Pinheiros (1945), quando tinha apenas treze anos, até sua produção aos vinte anos de idade, quando em 1952 resolve ir para Paris aprofundar seus estudos. Mori é apresentado a Foujita, que está em Paris por Kaminagai, e reside por lá durante 28 anos.

Durante esta fase, as pinturas de Mori possui influências marcantes de tendências européias como o pós-impressionismo, fovismo e pós-cubismo.

Veja um vídeo sobre a exposição da TV Cultura.

Um comentário:

Anônimo disse...

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