31 de outubro de 2008

Neotropicalia - When Lives Become Form





Fachada do Museu de Artes Contemporânea de Tokyo agraciada com obra da brasileira Beatriz Milhazes





Tão triste falar de uma exposição que você não foi, ou como é o caso, não vai poder ir. Mas tentando deixar a tristeza de lado, vou falar desta que começou no dia 22 de outubro e vai até 12 de janeiro chamado Neotropicalia - When Lives Become Form no Museu de Arte Contemporânea de Tóquio.

Bom, a Tropicália tem dado o que falar nos últimos tempos porque vez ou outra a gente sempre ouve falar de uma exposição aqui e outra ali, por um lado é bom porque acaba trazendo visibilidade também para outros artistas brasileiros da atualidade. Porque uma hora é o Helio Oiticica exposto em Londres, depois OsGemeos e Nunca que pintam a fachada do Tate Modern... Muito bacana!! Mas acho que essa expressão já está ficando um pouco amarrotada, tropicália... Parece que querem nos enterrar na tropicália quando ao contrário, acredito que evoluímos através da tropicália. Por isso acho um tanto quanto equivocado esse título Neo-Tropicália, devia ser algo como Do Brasil- Tropicália e Muito Mais, ou Da Tropicália ao Atropical...

Acho tão falsa essa imagem, parte por culpa nossa, eu sei, de que moramos num país tropical abençoado por deus e bonito por natureza... Mas que beleza!! E que somos só cores saturadas!! Aqui não existe só o Carnaval, caramba!!

Bom, mas a seleção dos artistas é bem interessante!! Vai desde o criador do tropicalismo Helio Oiticica, junto com as suas contemporâneas Lygia Pape e Clark, Arthur Bispo do Rosário, entrando no campo da arquitetura com Lina Bo Bardi, Ruy Othake e também Tomie, indo para os designers de moda Isabela Capeto, Ronaldo Fraga, Jun Nakao, passando por Vik Muniz, Beatriz Milhazes e chegando nos artistas de rua, osGemeos, sendo ao todo 27 artistas.

É uma miscelânia incrível de diversas formas de manifestações artísticas da atualidade mas que propositadamente leva os espectadores a se encantarem pelo poder das cores vibrantes. Bom, o que eu quero dizer é que a nossa cultura é diversa e difusa e muito mais rica do que rotulam pelo mundo afora, tendo cada artista a sua peculiaridade!!

O site do Museu de Arte Contemporânea de Tóquio é triste de ver, por isso o site da exposição é bem mais atraente!!

O espelho do fim dos tempos

Aquele médico anatomista chamado Gunther von Hagens inaugurou mais uma exposição bizarra e medonha chamada Body Worlds and The Mirror of Time. Me recuso a colocar fotos, e talvez não devesse nem comentar, mas a minha indignação é tamanha toda vez que ele faz mais uma exposição, que não consegui me conter!!
Não sei se o que me irrita mais são suas pretensões artísticas ou a sua pseudo-desculpa de que o seu trabalho tenha um fundo educativo.
Somente para fazer um resumo, ele se utiliza de corpos humanos dissecados através de uma técnica inventada por ele chamada plastinação, retirando todos os fluidos do corpo e substituindo por silicone, para fazer esculturas.
Sem entrar na questão ética ou em como ele consegue os corpos, se é de forma lícita ou não, e mesmo sem ter tido o desprazer de "prestigiar" uma de suas exposições, o que também nunca irá acontecer, portanto baseado somente em fotos e o impacto que elas já me causaram eu preciso registrar que essa espécie de trabalho, sem valor artístico tampouco educativo, é algo completamente desnecessário. É simplesmente grotesco, vulgar, um verdadeiro show de horrores que me parece ter somente a finalidade de atrair holofotes e inflar o ego desse pretenso médico-artista.


27 de julho de 2008

Anima Mundi 2008

Só pra constar que cheguei a ir no evento. Mas não consegui ver nenhum filme! Legal que no site dá pra assistí-los depois, se for logo atualizado...


* Leia matéria da Folha que fala de um dos destaques do Anima Mundi desse ano que é o mestre do "stop-motion", o norte- americano Ray Harryhausen.


9 de julho de 2008

Garotas Virgens - Carlos Zefiro

Dedico este post a uma amiga que nem sonha que eu possuo esse blog e muito menos que vou escrever sobre nossa conversa. Então acho melhor deixar tudo mesmo no anonimato, certo?

Bom, falando sobre quadrinhos e pornografia essa conversa me levou a recordar da homenagem que a Marisa Monte fez a Carlos Zefiro (1921-1992) em seu álbum "Barulhinho Bom" de 1997 e resolvi pesquisar um pouquinho mais sobre o seu trabalho. Confesso que foi uma pesquisa muito rápida, devido à minha falta de tempo atual, mas digamos que gostei muito do pouco que vi.

Uma curiosidade foi que Carlos Zefiro, cujo nome verdadeiro era Alcides Aguiar Caminha se manteve no anonimato até pouco tempo antes de sua morte, escondendo seu trabalho paralelo até mesmo de sua família. Como era funcionário público, temia por um escândalo e uma possível demissão. Lembrando que a pornografia, naqueles tempos onde reinava o falso moralismo, era um grande tabu e o acesso a ela também era bem mais dificil que nos dias atuais.

Aqui algumas cenas de um de seus "catecismos" (dizem ser o apelido de suas histórias) e confira mais coisas no seguinte site: http://www.carloszefiro.com/



27 de maio de 2008

Nova Objetividade Brasileira (1967)- Parte 2: Lygias e contexto

LYGIA PAPE, (1927-2004), escultora, gravadora e cineasta. E LYGIA CLARK, (1920- 1988), pintora e escultora. Ambas participaram da primeira exposição em 1954 do Grupo Frente, com influências do construtivismo russo, liderados pelo artista carioca Ivan Serpa (1923-1973).

Ainda sobre o Grupo Frente, esse movimento tinha como característica possuir diferentes estilos
sendo o elo de união entre seus integrantes a rejeição à pintura modernista brasileira de caráter figurativo e nacionalista, optando pelo abstração geométrica. Helio Oiticica une-se depois aos fundadores do grupo.

A Exposição Nacional de Arte Concreta em 1956, organizado pelos artistas concretos de São Paulo (Grupo Ruptura) e participação dos cariocas (Grupo Frente) ressalta as evidentes diferenças entre esses dois núcleos, dando início a uma nova fase da arte concreta brasileira. O crítico Mário Pedrosa (1900-1981) - que em 1949 escreve tese pioneira sobre a relação entre arte e psicologia da gestalt, que muito alimenta os artistas concretos - publica artigo sobre a exposição e observa a diferença entre paulistas, que seriam mais teóricos e dogmáticos, e cariocas, intuitivos e empíricos.

Após a mostra, o Grupo Frente simultaneamente rompe com os artistas de São Paulo e começa a se desintegrar. Dois anos depois, alguns de seus integrantes iriam se agrupar para iniciar o Movimento Neoconcreto um dos mais significativos da arte brasileira. Em 1959 os artistas cariocas que romperam com o concretismo publicando o Manifesto Neoconcreto, realizam a 1ª Exposição de Arte Neoconcreta no MAM/RJ.

No Manifesto Neoconcreto,
os signatários colocam-se contra a exacerbação racionalista a que os concretistas haviam levado sua obra. Defendem a introdução da expressão na obra de arte, rejeitando o primado da razão sobre a sensibilidade. A dissolução do grupo se deu em 1961.

Em 1967, as artistas (Lygia Pape e Lygia Clark) participam da exposição e movimento Nova Objetividade Brasileira.

Trechos reescritos ou retirados da Enciclopédia Itaú Cultural.
Site bacana que fala Grupo Frente do MAC:
http://www.mac.usp.br/projetos/seculoxx/modulo3/frente/index.html.
Um site bem completo sobre a Lygia Pape: http://www.lygiapape.org.br/lygia_pape.php


28 de março de 2008

Japoneses no Brasil

A Exposição Um Círculo de Ligações: Foujita no Brasil, Kaminagai e o jovem Mori, apresenta a relação entre esses três artistas e os seus contatos, relacionamentos com o nosso país e possíveis influências.

Tsuguharu Foujita (1886-1967)
. Nasceu em Tokyo, onde estudou artes, mas logo depois de se formar mudou-se para Paris, onde conheceu e fez parte da roda de outros artistas como Picasso, Matisse, Modigliani.

Mesclando técnicas, utilizando tinta a óleo (das pinturas francesas) com os pincéis e o estilo das pinturas japonesas ganhou fama e reconhecimento sendo apreciado especialmente por pintar belas mulheres e gatos.

Visitou o Brasil em fins de 1931 por quatro meses, durante um tour pela America Latina, onde fez contato com artistas do modernismo brasileiro, principalmente Candido Portinari.

Tadashi Kaminagai (1899-1982). Nasce em Hiroshima, e depois de desistir de se tornar um monge budista, decide estudar artes em Paris.

Chegando na cidade, trabalha numa restauradora de objetos artísticos e nas horas vagas dedicava-se a pintura. Ganha notoriedade primeiro como moldureiro, desenvolvendo uma técnica peculiar de pátina, que chama a atenção de Ambroise Vollard, famoso merchant e colecionador de artes. Vollard requisita o seu trabalho para emoldurar pinturas de artistas como de Eduard Manet, Paul Cézanne e Vincent Van Gogh, tornando-o famoso.

Voltou para o Japão, mas o país pós-guerra oferecia poucas oportunidades, o que o leva a tentar uma vida no Brasil em 1940. Através de uma carta de recomendações, Foujita apresenta-lhe a Portinari. Este introduz-lhe a diversos artistas, entre eles Massami Tanaka, que pede a Kaminagai que ensine pintura a seu filho Flavio Shiró Tanaka.

Instala-se primeiro no bairro de Santa Teresa (RJ), local de grande agitação artística, onde abriu o seu primeiro ateliê-oficina. Lá faz molduras e leciona pintura para artistas brasileiros e nipo-brasilieros. E participa do Grupo Seibi com outros artistas como Tomie Ohtake e Manabu Mabe.

Mora no Brasil durante 14 anos, retratando paisagens de diversas cidades, mas dá uma atenção especial ao Rio de Janeiro. Volta para o Japão onde casa-se e abre mais um ateliê. Constantemente viaja para a França, onde inaugura o seu terceiro ateliê , mantendo os três em atividade até sua morte.

Jorge Mori (1932). Nasceu em São Paulo e artista precoce inicia em 1944 estudos de pintura a óleo com Yoshya Takaoka.

A exposição apresenta desde sua primeira pintura, Ponte Velha do Rio Pinheiros (1945), quando tinha apenas treze anos, até sua produção aos vinte anos de idade, quando em 1952 resolve ir para Paris aprofundar seus estudos. Mori é apresentado a Foujita, que está em Paris por Kaminagai, e reside por lá durante 28 anos.

Durante esta fase, as pinturas de Mori possui influências marcantes de tendências européias como o pós-impressionismo, fovismo e pós-cubismo.

Veja um vídeo sobre a exposição da TV Cultura.

27 de março de 2008

Ainda é possível ser original?!


Mona Lisa (sec. XVI) de Leonardo da Vinci ao fundo, e no sentido horário começando por baixo, A Mona Lisa L.H.O.O.Q. = Elle a chaud au cul (1919) de Marcel Duchamp, La Mona Lisa a los doce anõs (década de 60) de Fernando Botero, e a Mona Cat de Romero Britto.

Uma pessoa que pensa ter tido uma idéia nova pois não sabia que essa já existia, está sendo criativa? Acredito que sim, porque ser criativo é diferente de ser original, certo?! É possível uma pessoa ser muito criativa ainda hoje, mas ainda é possível criar algo realmente novo, nunca antes pensado?

Às vezes acho que já criaram de tudo, e todas as combinações possíveis também. Nesse meu processo de aprendizado sobre movimentos artísticos tenho a impressão de que já deram todos os "nomes aos bois", que eu nem imaginava que existissem, muito menos que tivessem sido classificados, dentre técnicas e estilos.

Originais mesmo será que foram só os artistas do passado? Os vanguardistas de hoje conseguem criar algo que não tenha influência ou faça referência a nenhum movimento ou estilo anterior? Não, não acho possível. Porque não é mais possível criar nada novo com os recursos antigos, acho sim que isso já está praticamente esgotado. Mas como a criatividade quando estimulada não se esgota, criarão-se novos recursos e com eles idéias originais espero que sempre venham a surgir.

24 de março de 2008

Visita ao Instituto Tomie Ohtake

O espaço criado para abrigar tendências nacionais e internacionais de expressões artísticas contemporâneas foi inaugurados em novembro de 2001. Possui salas de exposições, seminários, cursos, além de lojas, restaurante, instalado num complexo empresarial. Existe também projetos para a construção de teatros e cinema. O passeio foi mais para ver uma exposição de fotografia do Cristiano Mascaro (1944), mas aproveitamos para também apreciar os trabalhos de Dudi Maia Rosa e as gravuras de Anna Letycia.

Sobre o primeiro, fotógrafo e arquiteto de formação (FAU- USP) que trabalha com fotografia desde fins da década de 60, a exposição Todos os Olhares tenta mostrar um panorama do conjunto dos seus trabalhos de 1980 até 2008. Mas Mascaro se
 especializou em fotos urbanas, das cidades e suas arquiteturas contemporâneas aos patrimônios históricos. Observando os detalhes dos edifícios, a composição e texturas, fazendo suas interpretações poéticas sobre os objetos fotografados, preferencialmente em preto e
 branco.

Em Gravuras de Anna Letycia (1929) o que se propõe é um passeio por entre suas obras da primeira fase do figuratismo, que foi passando por transformações chegando ao abstracionismo, aprimorando seu domínio técnico e estético e renovando suas inspirações.


Eu Sou Um Outro de Dudi Maia Rosa (1946), é uma exposição de vinte e duas pinturas, sem título, feitas durante o ano de 2007, de 200cm X 200cm usando resina de poliéster pigmentada sobre fibra de fibro como suporte para as pinturas. Desde meados da década de 80, o artista troca os pincéis, tinta e tela por esses novos materiais.


29 de fevereiro de 2008

Sleeveface - Seu cara de capa!!

O site sleeveface convida pessoas a posarem com capas de LP e depois mandarem as fotos para serem publicadas por ele.
O projeto foi criado por um apresentador de rádio no País de Gales, e já ganhou adeptos por todo o mundo, atraindo a atenção principalmente de colecionadores de vinil.
Mais fotos ridículas, engraçadas e criativas podem ser encontradas também no Flickr, na Comunidade Sleeveface do Facebook, além de vídeo de "Como fazer um sleeveface" no You Tube.

28 de fevereiro de 2008

FREDDIE LINSKY: Um novo artista


Sua mãe acredita que ele seja uma espécie de gênio prodígio. E alguns críticos também querem convencer o mundo de que ela esteja certa. Acho essa história um pouco absurda e acredito que só o tempo dirá quem estava certo ou não.
Acredito que o dom artístico seja algo instintivo, intuitivo e nato de certas pessoas, que quando devidamente desenvolvido leva a formação de grandes artistas. Então como e pra quê julgar uma criança de 2 anos que mal chegou ao mundo. Por que tanta pressa?? Deixem ele brincar com seus pincéis e tintas a vontade porque de qualquer forma, ele estará pronto para as suas obras-primas somente daqui a pelo menos alguns anos. 
Achei o review do site da  Saachi Gallery Online um pouco... over. Quem escreveu parece ter uma imaginação mais fértil que uma criança de poucos aninhos.

29 de janeiro de 2008

My Mail Art

Relembrando as saudosas cartas e como era o nosso antigo sistema de correspondências (até parece que já morreu, né? Mas é que eu e todo mundo que conheço praticamente não usa mais!!) quando ainda nem sonhávamos com o rápido e prático email, lembrei que eu e minhas amigas na infância criamos uma forma de Mail Art. Naquele tempo em nosso mundo ainda não existiam fronteiras, e muito menos limites para a nossa imaginação.

Nós éramos em quatro e todos os dias mandávamos cartas uma para a outra relatando os fatos ocorridos naquele dia. E apesar de já saber tudo o que a outra tinha para contar, nos divertíamos lendo a versão das mesmas histórias sob quatro pontos de vista. Com direito a desenhos ilustrativos, papéis de carta de todos os formatos, e envelopes muitas vezes improvisados, contanto que o cara do correio não implicasse.

É claro que essa brincadeira tinha um custo, e para não pesar tanto no bolso começamos a "fazer arte" também nos selos. Desenvolvemos uma técnica de apagar o carimbo do correio e reciclar os selos para serem usados pelo menos duas ou três vezes. Mas passado um tempo na minha cidade do interior, marcadas e mal-compreendidas fomos tratadas como foras-da-lei. Depois de uma repreensão verbal nos foi cobrado multas que excediam o valor do selo reutilizado.

Eramos crianças porém não sonsas, então encontramos uma outra forma de burlar o sistema dos correios. As quatro possuíam caixa postal, então ao invés de pôr a carta na caixa do correio, colocávamos direto na caixa postal da pessoa que era o destinatário (acho que isso nem deve ser ilegal, né?). Bem, dessa forma continuamos com nossas correspondências diárias e passamos a não precisar comprar mais selo algum.

Peraltices a parte, foi uma fase muito divertida e admiro muito pessoas que conseguem manter esse espírito mesmo depois de adulto. Pois quero acreditar que se estamos aqui precisamos extrair o máximo do mundo, das coisas, das relações, da vida. Falo assim de divertimento, de prazeres, mas de prazer que gera sempre mais prazer (e não dor). Quando as brincadeiras de adulto começam a ficar perigosas é melhor parar, voltar a ser um pouco mais criança e relaxar.

24 de janeiro de 2008

Y.O. Desde 60...


John Lennon uma vez disse que Yoko Ono seria "a artista desconhecida mais famosa do mundo: todo mundo sabe o seu nome, mas ninguém conhece o seu trabalho". Acho que para as pessoas da minha geração, essa frase continua valendo. A referência é ter sido casada com John Lennon e a imagem mais marcante sobre Yoko Ono é daquela pobre viúva que perdera "o marido" famoso, jovem e notável de forma tão trágica.

Conhecia alguns de seus events como o Bed-In, a performance Cut Pieces, que ela reviveu em 2003 em Londres e também seu envolvimento com música, que no início de sua carreira foi o que a aproximou dos artistas que viriam a formar o Fluxus. Mas foi interessante conhecer mais de suas obras, apesar de muitos dos seus trabalhos que eram interativos terem perdido essa qualidade por conta de preservá-los melhor.

Se interar um pouco da biografia também ajuda a compreender melhor o seu trabalho. Mesmo nascida em uma família abastada do Japão, isso não impediu que ela sofresse na pele as agruras da guerra, o que acredito tenha sido uma das influências da fase ativista-político de sua carreira.

Foi uma boa oportunidade, para eu aqui no Brasil, conhecer um pouco mais das obras de Yoko. Alguns críticos dizem que ela já saiu da vanguarda ha muitos anos, mas isso não tira o mérito da sua carreira. Além do mais, ela segue viva e produzindo, e recebendo prêmios, ou seja, colhendo seus louros.


Pra ler algo sobre a exposição Yoko Ono- Uma Retrospectiva:
http://bravonline.abril.com.br/indices/artesplasticas/artesplasticasmateria_258101.shtml

FLOW FLUX FLUXUS

Há duas exposições acontecendo em São Paulo dos artistas Yoko Ono e Tatsumi Orimoto e que tem tudo a ver com esse post porque vamos falar do Fluxus.

Na década de 60 um grupo de artistas de diferentes países (na Europa principalmente Alemanha, Japão, Korea e EUA) e de diversas alas artísticas como artes visuais, música, literatura, arquitetura e design se conheceram e uniram forças para mostrar um trabalho diferente.

Em suas origens, a música experimental de John Cage* (1912-1992, também integrante do grupo) na década de 50 influenciou o artista lituano George Maciunas** (1931–1978) que foi uma espécie de líder e organizou o primeiro evento do Fluxus em 1961 na AG Gallery em Nova Iorque, e o primeiro festival na Europa em 1962.

O Fluxus foi a descoberta de uma nova forma de se ver o mundo. Com algumas influências do dadaísmo (1916-1920) como a estética anti-arte que contesta a sua essência, e uma forte corrente anti-comercialista contra as convenções que guiavam o mercado das artes. É a favor da prática criativa centrada no artista e não nos ganhos comerciais.

Ressalta o valor das coisas simples do cotidiano sob um olhar em parte infantil, curioso, contestador, mas que busca o prazer de se divertir. Foi e é um grupo de artistas que partilham e se deleitam dessa mesma descoberta, da visão do mundo sob uma nova perspectiva.

Resumindo, a filosofia artística ou o que pode definir uma obra do Fluxus é que:

1. O Fluxus é uma atitude (não um movimento ou um estilo);

2. O Fluxus é uma intermedia (através de objetos, sons e imagens do dia a dia cria-se novas combinações de objetos, sons e imagens);

3. Os trabalhos do Fluxus são simples (pequenas obras, textos curtos e breves performances);

4. O Fluxus é divertimento (diversão é um elemento sempre muito importante no Fluxus!).

Alguns artistas do início do movimento continuam ativos e eles mantém entre outros esse site de discussão chamado Fluxlist . Um bom lugar pra começar pra quem quer saber um pouco mais sobre o Fluxus.

A Child´s History of Fluxux, by Dick Higgins é um texto muito fácil (como o nome diz, é para crianças) e interessante que está no site Fluxlist.

(*) John Cage: Compositor norte-americano que entre muitas outras obras e feitos que vão além da música é famoso por criar a composição 4´33´´, onde não existe sequer uma nota a ser tocada.
(**) George Maciunas: É quem cria uma das formas de arte mais conhecidas do Fluxus que são os chamados Flux Box ou Fluxkit.

Ambos tiveram vidas interessantíssima então pretendo falar mais desses artistas numa outra oportunidade.

21 de janeiro de 2008

Como É que Chama o Nome Disso

Arnaldo é um multi-artista ou um artista que não enxerga as linhas que seccionam o campo das artes. Com sua brilhante desenvoltura se expressa por vários meios interligando-os. Músicas, poesias, desenhos, instalações, performances e vídeos fazem parte de sua gigantesca bagagem artística.

Bom, o nome disso?! Esses são alguns de seus poemas visuais!!

11 de janeiro de 2008

Notícias velhinhas...

Depois das provas, das festanças, volto agora em 2008 com força total!!
O tempo não parou como os meus posts e muitas coisas rolaram. Então hoje eu quero registrar dois importantes acontecimentos passados no meu acervo de posts precioso!!

15/12/2007 : Oscar Niemeyer completou 100 anos, caramba?!

E acho essas comemorações maravilhosas porque sempre deixam a gente mais culta sem ter que fazer muito esforço. Agora conheço (tomei conhecimento) dos seus trabalhos na França e soube que ele foi exilado pra lá nos tempos da ditadura. Que ele é comunista e vai ser até morrer, pena ele achar o Fidel e o Chavez bonitos... Ateu apesar de ter construído outras igrejas além da Catedral de Brasília. E que além da França, ele tem seus trabalhos belíssimos espalhados por outros países e por todo o Brasil. Antes disso eu sabia de Brasília, quem não sabe, né? Mas agora sei que aquela biblioteca engraçada (Biblioteca Nacional) também lá em Brasília, ainda cheirando a tinta fresca (inaugurado em 15/12/2006) que eu tive o prazer de ver quando fui pra lá também é obra desse artista que apesar da idade, de gagá ainda não tem nada!! Continua na ativa e não pretende parar. Está cheio de projetos e entre eles um centro cultural na Espanha e um teatro no Chile, é pouco ou quer mais? Em Curitiba ele projetou um museu que agora ganhou o seu nome. E agora eu vou ficar atenta a tudo que eu ver com forma de disco voador e serpente ou como os críticos descrevem formas sinuosas. Pelo Copan eu passei um par de vezes no ano de 2007, agora estou ensaiando minha primeira visita ao Memorial da América Latina. Parabéns atrasado, Niemeyer!!!

20/12/2007 : Roubo no Masp

da Folha online:
"De acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública), a ação aconteceu entre as 5h09 e 5h12 desta quinta-feira. Três homens realizaram o furto das obras "O Lavrador de Café", obra de 100x81 centímetros de Portinari, e "O Retrato de Suzanne Bloch", de Picasso, quadro de 65x54 centímetros". O roubo ocorreu durante a troca de turno dos guardas e foi favorecido pelas péssimas condições de segurança.

Porém, notícia boa e nem tão velha, essa semana (08/01/2008) os quadros foram recuperados em perfeito estado, voltaram para o museu e depois de todo esse escândalo, hoje o museu foi reaberto ao público.

Dei boas risadas quando li sobre o forte esquema de segurança montado para devolver os quadros ao museu. Nove carros e cinco motos da polícia deslocados para a escolta e um helicóptero da Polícia Civil que sobrevoou a região. Tudo bem que os quadros estão avaliados em 100 milhões, mas precisava de tudo isso? De qualquer forma, agora a batata quente já está nas mãos de outro!! Será que saberemos quem estava por trás do furto? Veja cenas do próximo capítulo!!

E uma última retrospectiva - 09/08/2007 : Roubo de 900 peças do Museu Paulista (Ipiranga) do acervo de moedas e notas de dinheiro.

Maior furto já ocorrido com peças de museu desde o século XX. Veja aqui a matéria na Folha Online e o desfecho até então da história.